- 05/06/2020
Atualmente, há normas e regulamentações que impõe certos parâmetros para qualidade e propriedades do ar para diferentes tipos de ambientes. Comparando com décadas passadas, é possível enxergar uma enorme evolução da engenharia em relação a tecnologias de sistemas de filtragem e análise do ar. Contudo, é necessário que o engenheiro por trás de cada projeto tenha expertise para escolher os melhores equipamentos, visando soluções técnicas e financeira que beneficiem o cliente final.
Filtros para Partículas
Quando o assunto é filtro de ar, existem diferentes classificações e aplicações. Alguns são responsáveis pela retenção de partículas, outros pela contenção de odor e em certos casos, responsáveis pela eliminação de determinados vírus e bactérias como será apresentado NA tabela 01 abaixo:
TABELA 01: Classificação dos Filtros Convencionais
Fonte: Qualidade do Ar Interno, 2018 – ABRAVA
Conforme apresentado, os filtros em questão, são responsáveis pela filtragem de partículas no ar e com isso, sendo mais utilizados em sistemas de ar condicionado para conforto e dependendo da sua solicitação, para processos. Há também o grupo de filtros absolutos, os quais ficam, geralmente, instalados nos difusores das salas que necessitam dessa filtragem. Sendo assim, é importante ao longo do sistema, adicionar filtros com classes mais baixas evitando a saturação dos filtros absolutos com rapidez, uma vez que esses filtros costumam ter valores bem superiores aos grossos, médios e finos. Os custos em questão, fazem jus a eficiência apresentada pelos filtros absolutos, conforme mostra a tabela 02 em seguida com foco no desempenho.
TABELA 02: Classificação dos Filtros Absolutos
Fonte: Qualidade do Ar Interno, 2018 – ABRAVA
Filtros para Odores
Utilizados quando há necessidade de atenuar odores diversos (orgânicos ou inorgânicos), tais como: corporais, gases veiculares, cigarro, gordura, solvente, agrotóxicos, etc. Para cada aplicação é necessário um tipo específico de tecnologia e destaca-se o sistema de carvão ativado como o mais usado. É importante enfatizar o uso de um pré sistema de filtragem a fim de evitar o contato do carvão com partículas solidas.
A explicação para o carvão ativado ter um excelente poder de clarificação, desodorização e purificação de líquidos ou gases se dá pelo seu processo de obtenção. Ele pode ser produzido a partir de diversos compostos porosos, dentre eles, se destaca a casca de coco, restos de cortiça e determinadas madeiras a partir da queima controlada e com baixo teor de oxigênio a uma temperatura por volta de 900°C.
FIGURA 01: Carvão Ativado
Fonte: Wikipédia
Sistemas de Filtragem Especial
Falar sobre esse tipo de sistema requer uma atenção muito especial pois há diversas exigências que podem ser aplicadas. Comum em laboratório e hospitais, uma tecnologia que chama bastante atenção no quesito de filtragem especial são as CTS (Caixa de Troca Segura). Esse equipamento garante o controle da filtragem e contaminação. Um ponto legal para ser destacado é a validação e certificação completa da troca e estado dos filtros conforme as normas vigentes.
FIGURA 02: CTS
Fonte: Reintech
Qualidade do Ar
Para garantir que o sistema filtrante apresenta boa eficiência, há diversas análises e medições que são possíveis ser aferidas. Dentre elas, podemos destacar os sensores de perda de carga entre filtros, analise microbiológica do ar e outros procedimentos. Um desses métodos, o segundo destacado anteriormente, é muito importante não só pela questão da verificação de eficiência dos filtros, mas por garantir que a qualidade do ar no ambiente climatizado está dentro dos parâmetros de saúde e segurança. Há quatro parâmetros que são verificados nessa análise, os quais serão apresentados abaixo:
- Técnica 01 – Coleta de Ar Externo / Coleta de Ar de Ambiente
Inclui: Pesquisa de micro biota fúngica (contagem total, diferencial e identificação).
Objetivo: Quantificar fungos, Estes elementos são marcadores epidemiológicos da qualidade do ar. Esta análise permite ainda, uma boa avaliação do ambiente, no que concerne a fenômenos de hipersensibilidade.
- Técnica 02 – Determinação de CO2 (Dióxido de Carbono)
Inclui: Contagem de CO2, através de sensor eletrônico.
Objetivo: Quantificar os níveis residuais de CO2. Este gás e utilizado como um marcador epidemiológico de renovação de ar externo, entretanto originário da respiração humana.
- Técnica 03 – Determinação de Temperatura, Umidade relativa e Velocidade do ar
Inclui: Determinação da temperatura, Umidade e Velocidade do ar ambiental.
Objetivo: Quantificar temperatura e umidade como marcadores epidemiológicos de saúde. Estas variáveis físicas estão ligadas a fenômenos gripais tais como febre da umidade. Quantificar a velocidade do ar, como marcador epidemiológico de conforto ambiental.
- Técnica 04 – Determinação de aerodispersóides.
Inclui: Contagem de particulados aerodispersos, através de gravimétrica.
Objetivo: Quantificar a matéria particulada no ar ambiental. Estes elementos são marcadores epidemiológicos de deficiência de filtragem e/ou acúmulo de sujidade em dutos ou ainda ambientes interiores.
FIGURA 03: Fungos e Bactérias Encontrados por Meio de Reagente
Fonte: CPHi Online
Contudo, não imaginamos a importância que o sistema de filtragem tem no sistema de climatização dos ambientes. Nos dias atuais as organizações regulamentadoras estão mais rigorosas em relação aos seus critérios de aceitação e em especial para zonas controladas onde ocorrem processos de manufatura. Sendo assim, há uma exigência direta e indireta para que as empresas do ramo se atualizem e busquem novas tecnologias constantemente.
Texto elaborado pelo Eng. Celso de Oliveira Kochi CREA 5070573942